terça-feira, 28 de junho de 2011

Caiu de repente

O que sou é que não sei
Demais sei: não sou poeta
Eu sou frágil, fraco, frouxo -
Quebrador de muita regra.

Acabada a explicação,
Tenho mais a lhe explicar
Mas pra isso ficar mais claro
Agora outra regra vou quebrar.

Estalei bem os meus dedos
Enfim, posso começar:
(bem conciso, pra encurtar)

Esta lei bem que servia
Mas meu coração descompassa
Dez compassos vão cair neste verso,
Como um abrir e fechar sempiterno.

Sonho, sonho, fala, fala:
Que dizer de tais palavras?
São palavras que vos digo
Elas cabem numa mala.
(E não servem para nada)

Outrossim é outro sim,
Ademais há demais pontos
Que não vou poder tocar,
que não quero prolongar.

Como já estou cansado,
ponho um já pra terminar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

No entorno da fogueira fátua,
à sombra do invisível,
posta-se o batalhão Soledade

Sob a árvore mais frondosa
do Tártaro
acorrentado, surdo-mudo,
à sombra do invisível,
posta-se o batalhão Soledade.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Canto da finitude

E as senhoras do Tempo perguntaram:
há tristezas neste mundo
oriundo do pensar?

Sim, há, sinhá
Sim, há, sinhá

E as senhoras do Tempo perguntaram:
Há um mundo de tristezas?
Que nos valha Oxalá!

Sim, há, sinhá
Sim, há, sinhá

E o vento silvou
E as folhas caíram
E nada mudou

E a sede matou
E as pombas ardiam
E nada mudou

(E às cem horas o tempo parou)

sábado, 11 de junho de 2011

[Aquilo não teve princípio]

Aquilo que não teve princípio
e nunca terá fim;
aquilo que esbarra nas quinas do coração
e adentra a alma;
aquilo que esmaga, estraçalha, espedaça
e acalenta;
aquilo que afunda, chafurda na lama
e emerge belo como nunca:

Ah, eu tenho saudades de todas essas coisas
aqui desconhecidas que ainda estão por vir.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre a Academia Brasileira de Letras

Merval Pereira? Um dia eu chego lá!